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Gerenciamento da Adubação Fosfatada através do uso de dados da lavoura

Em nossa última postagem abordamos a utilização dos mapas de colheita e avaliação de resultados econômicos da lavoura. Hoje, abordaremos a utilização de várias camadas de mapas, entre elas o mapa de colheita, para a decisão de estratégias para adubação fosfatada.


Antes de iniciar o assunto proposto é importante comentar um pouco sobre a relevância do tema, o primeiro motivo e mais óbvio é o custo que a adubação tem nas diferentes lavouras, portanto quando se pensa em administrar custos os itens referentes à adubação assumem especial importância nos percentuais totais, não raro ultrapassando valores de 30% do custo total.


Outro motivo muito importante para a sociedade e o planeta é a disponibilidade de fontes de fósforo. As estimativas de especialistas é de que as reservas mundiais irão durar por mais 50 ou 100 anos. Esta situação explica também as recentes altas nos custos de fertilizantes, justamente pela redução na oferta de matéria prima e aumento da demanda dos fertilizantes.


Outra importante questão é a ambiental. Isso porque adubos fosfatados quando utilizados em excesso são considerados como poluentes, especialmente para os cursos d’água.

Quando se trata de estratégias de adubação a primeira ação a ser efetivamente tomada é de fazermos análise de solos para verificação dos teores disponíveis dos nutrientes, quanto a análise do fósforo temos vários métodos ofertados pelos laboratórios, tais como Mehlich 1, Mehlich 3, Resina e Fósforo remanescente, cada uma delas tem suas características próprias de interpretação.


O AgroEvox posiciona os pontos de coleta de solo, ou zonas de manejo, tendo por base o histórico do talhão levando-se em conta imagens de satélite e mapas de colheita, quando estes estão disponíveis, assim buscamos orientar a coleta de solos em regiões dentro do talhão que possam relacionar os nutrientes da análise de solo com a produtividade ou com condições de desenvolvimento da lavoura.


Tendo por referência o mapa abaixo, vamos discutir alguns aspectos relativos à adubação fosfatada. Antes de prosseguir é importante destacar que dentro das áreas que atuamos, AgroEvox, a situação deste mapa é bastante comum no Norte do Paraná.



Figura 1 – Mapa do histórico de indicadores de biomassa e fotossíntese de um talhão, os pontos em azul são os locais de coleta de solos.

No mapa acima observamos que as áreas em verde são aquelas que a lavoura apresentou melhor desempenho e em lilás pior desenvolvimento em quatro safras de verão e três safras de inverno. As amostras de solos foram coletadas e enviadas ao laboratório. No mapa da figura 2 vemos os resultados da análise para o fósforo em Mehlich 1, na tabela 1 temos os valores de referência para interpretação de análises de solo da EMBRAPA.


Tabela 1 – Faixas de interpretação do teor de fósforo (P) no solo por Mehlich-1 em função do teor de argila, fonte EMBRAPA 2015.




Figura 2 – Mapa do histórico de índices de vegetação e pontos de coleta com valores de fósforo em Mehlich 1 nos respectivos pontos de coleta.

Analisando os resultados para fósforo e os valores de referência da tabela 1 notamos que mesmo o valor mais baixo de P, 9 mg/dm3, este ainda é acima do valor de referência para a classe adequada, no caso 8 mg/dm3 para solo argiloso com mais de 350 g kg-1 de argila, portanto a área em questão possui valores adequados em toda a extensão do talhão.


Curiosamente a área mais produtiva, em verde, apresenta uma tendência de valores mais baixos de P do que as áreas em lilás, isto indica que as adubações fosfatadas estão se acumulando nas regiões menos produtivas do talhão, sem considerar possíveis situações onde o fósforo pode prejudicar a absorção de outros nutrientes tais como Zn, esta acumulação de fósforo representa um erro na estratégia de adubação que deverá ser revisto, pois no aspecto econômico não está trazendo resultados.


Uma boa forma de se medir as necessidades de adubação com fertilizantes fosfatados é avaliar a exportação do nutriente através dos grãos, tema já abordado nesta coluna, e comparar esta retirada do nutriente com a as adubações realizadas.


O AgroEvox tem auxiliado seus clientes a tomarem a melhor decisão possível e aplicável em cada situação. Até a próxima!


Referência bibliográfica:

Documentos 206 – Guia prático para interpretação de resultados de análises de solos. Aracajú , SE : EMBRAPA 2015.


Texto por: Francisco Nogara Neto - Eng° Agr° MsC


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